Este edifício foi totalmente recuperado e remodelado em 2006 pela Câmara Municipal de Grândola. No âmbito de um protocolo de colaboração estabelecido com a Junta de Freguesia de Melides, esta entidade ficou responsável pela dinamização do espaço, na sua totalidade. O edifício é composto por dois pisos: o superior, dividido em três salas, e o inferior com uma sala maior, outra pequena e casas de banho.
Este equipamento surge da necessidade de uma resposta social local e da melhoria das respostas socioculturais à comunidade. Em virtude da sua localização privilegiada acumula também a função de um polo de divulgação turística (Posto de Turismo), agregando, assim, os conceitos de turismo e animação sociocultural, potenciando o seu papel de difusor cultural.
O espaço funciona, essencialmente, numa dinâmica, de animação sociocultural fomentando uma atividade intergeracional, a preocupação de chegar a todas as faixas etárias da população e criar dinâmicas entre elas. As parcerias com as associações locais e concelhias são muito importantes, bem como, com projetos municipais no âmbito do envelhecimento ativo. Dispõe de Biblioteca e Espaço Multimédia, Galeria (onde funcionam exposições, oficinas culturais, cinema, palestras), Salas (onde se realizam formações) e ainda um espaço de divulgação do artesanato local (mostra e promoção dos produtos locais), no átrio de entrada.
História
Na década de 40 (1940/50 José Carlos Guilherme Salgado, (1901-1961), natural de Melides, filho de D. Lucrécia Balbina Salgado e de seu marido Carlos Augusto Guilherme, apercebeu-se da situação privilegiada da aldeia de Melides entre os grandes campos de cultura de arroz que se estendiam desde Santo André até Troia.
Assim, resolveu transformar um edifício da sua família, situado no centro da aldeia (e onde existia ainda uma pequena taberna “ A Mercantil”) numa fábrica de descasque de arroz e moagem de farinha a que deu o nome de Fábrica de Moagem e Descasque de Arroz.
Esta fábrica funcionou durante alguns anos, dando apoio aos produtores de arroz e dando trabalho a alguns homens da região.
Por motivos pessoais, José Salgado, sobrinho do primeiro proprietário, vendeu o Alvará da sua fábrica.
Logo a seguir pediu um novo Alvará que lhe foi naturalmente negado e o edifício ficou a servir de armazém e venda de farinhas para o gado.
Recentemente, o edifício foi comprado pelo Município de Grândola e cedido à junta de freguesia de Melides, onde atualmente funciona o (Espaço Cultural “a Moagem” J.F.M.) e em parceria com o Município o polo de Turismo na época alta do verão.
A Fábrica
Nesta fábrica era efetuado o descasque de arroz, a moagem do trigo, da cevada e do centeio.
Um potente motor a Diesel fazia funcionar, através de correias de transmissão, os eixos rotativos que distribuíam as diferentes tarefas da fábrica.
Um depósito no piso superior fazia a refrigeração do motor.
Após a entrega pelos lavradores do cereal (trigo, cevada ou centeio), e efetuado o respetivo registo das quantidades, o cereal era colocado num tegão de onde era enviado para o piso superior através de um sistema (Nora de Elevação) que depositava o cereal em dois tegões, um para o milho e centeio e outro para o trigo .
Cada um destes tegões descarregava o cereal, por caleiras, para os moinhos de pedra no piso inferior de onde saia a farinha
O arroz era colocado num tegão separado de onde era enviado para o piso superior por uma outra Nora de Elevação para uma Tarara de Seleção onde uma Turbina selecionava o arroz da casca para depois ser enviado por tubos para a Mó. Esta mó girava sobre uma placa de cortiça para não esmigalhar o arroz. Posteriormente, esta placa foi substituída por borracha pneumática. Este novo material já permitia descascar e semi branquear o arroz.
Augusto Salgado
Horário de Funcionamento:
Terça a sábado, das 09h30 às 13h00 e das 14h00 às 16h30.
Encerra aos Domingos e feriados.
*As atividades que ocorram fora do horário fixo, serão devidamente assinaladas e divulgadas em cartaz e no website www.jf-melides.pt.
Contactos:
Largo 25 de abril
7570-123 Melides
269 979 066
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